sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Famosos e filantropia: bons exemplos

Nota-se, nas noticias de famosos, uma onda de filantropia. Enquanto algumas instituições recebem grandes quantias, outras são totalmente mantidas por artistas e personalidades.

Em 2010, a lista das personalidades mais “caridosas” foi encabeçada por Lady Gaga. E se é para falar em “caridade e filantropia” não podemos nos esquecer de Bono Vox, líder do U2, Angelina Jolie e seu marido Brad Pitt. Entretanto, primeiro precisamos entender a diferença entre caridade e filantropia.

Segundo a Wikipédia, caridade é “bondade, compaixão e benevolência”, já filantropia é “a ajuda humanitária que visa provocar mudanças e desenvolvimento sociais, geralmente ocupando uma lacuna deixada pelo estado”. Assim, podemos considerar que os famosos praticam filantropia porque também são caridosos, não é mesmo?

Há ainda outra diferença que precisar ser ressaltada: enquanto a caridade é silenciosa, a filantropia precisa ser alardeada. Pois a intenção dos famosos – creio eu – quando a praticam é obter retorno, seja ele “um mundo melhor” ou publicidade gratuita. Não estou dizendo que suas ações não sejam válidas, pelo contrário, estou demonstrando como são extremamente importantes e práticas.

E essa é uma boa ideia para pequenos e micro empresários, que ao contribuírem com seu entorno social, de quebra, podem conquistar publicidade gratuita e quem sabe mais clientes. Afinal, famosos também podem dar bons exemplos.

Charlie Sheen: o polêmico

Ao lermos as noticias dos famosos percebemos que a relação entre os famosos e polêmicas é sólida, mais sólida do que a maioria dos casamentos e relacionamentos dos artistas.

Falei aqui em outro post sobre as musas mais polêmicas da atualidade. Hoje, vou falar sobre Charlie Sheen, que tem sido mais polêmico do que todas juntas. Para entender que o cara não é fraco, dê uma olhada em algumas das polêmicas nas quais ele esteve envolvido:
  • 1991 – Preso por dirigir embriagado, isso depois de ter sido internado e conseguir ficar um ano sem beber.
  • 1996 – Acusado por sua ex-namorada Brittany Ashland, que diz ter sido abusada fisicamente.
  • 1998 – Novamente acusado de agressão, mas por outra namorada: Brook Mueller. Dessa vez, ele assumiu a culpa.
  • 2010 – Encontrado em um quarto de hotel com uma atriz pornô que o acusou de tentativa de assassinato.
  • 2011 – Foi internado às pressas, depois de uma festa, regada a drogas e álcool, que durou 36h. 
    – Demissão do seriado “Two and a half man”, por má conduta. 
    – Namoro assumido com duas mulheres, uma modelo e outra atriz pornô.
Agora, depois de causar tanto rebuliço, Charlie Sheen parece ter sossegado, mas sua influência segue. Sua ex-mulher foi acusada de tráfico e está internada para reabilitação.

Além disso, Ashton Kutcher, substituto de Sheen no seriado, recentemente se meteu em problemas ao ser descoberto em uma traição que acabou com seu casamento de seis anos com a atriz Demi Moore.

Será que Ashton também substituirá Sheen nas polêmicas? Veremos.

A presidenta segundo os chargistas paranaenses

Dilma Roussef é a primeira presidenta do Brasil e podemos dizer, sem falsa modéstia, que é também a mulher mais importante para a política e economia da América Latina. 

Sendo, portanto, alvo preferencial e obrigatório dos chargistas, os cronistas do traço.
Desde sua eleição venho prestando atenção à maneira como ela está sendo retratada, principalmente nos jornais paranaenses a que tenho acesso. Já devo ter declarado, mais de uma vez, que gosto muito dos chargistas da Gazeta do Povo, sobretudo do Benett. Ele consegue filtrar temas cotidianos com um olhar crítico e apurado, que não permitem ao leitor uma leitura passiva, o questionamento é imprescindível.

Nas charges de Benett, Dilma aparece constantemente amedrontada. Daí se pode inferir que esse “medo” é resultante da soma das pressões: própria do cargo, fato de ser a primeira mulher a ocupar tal cadeira, governar com a presença esmagadora da oposição e substituir um dos presidentes mais populares que o Brasil já teve. Benett consegue capturar a essência dessa situação e transferi-la ao papel.

Outro importante chargista é o Paixão, que sempre retrata a presidenta com a “comissão de frente” avantajada, que é uma maneira muito divertida de dizer que ela é uma mulher de peitos, traduzindo assim a ousadia e arrojo da presidenta.

Chargista e Cartunista: profissão charges

É difícil encontrar um chargista ou cartunista que não tenha, depois de anunciar sua profissão, ouvido a seguinte frase: Ah, mas você trabalha ou só faz desenhos?

Pois é, meus caros, o mesmo se passa com músicos e atores, não é mesmo?

Segundo meus conhecimentos enciclopédicos – leia-se Wikipédia – cartunista é o desenhista especializado em fazer cartuns, tiras, desenhos ou ilustrações cômicas, em quadrinhos humorísticos ou não. Já o chargista é o profissional que, por meio de charges, faz sátiras e caricaturas de determinados acontecimentos, pessoas conhecidas ou personagens estereótipos.

São profissões que exigem senso estético e crítico apurado e, além disso, requerem criatividade, paciência e disciplina, aliadas, ainda, a um raciocínio rápido. Logo, essas são duas profissões sérias, mesmo quando fazem humor.

Felizmente, podemos notar certa mudança quanto ao respeito em relação aos profissionais do desenho. Prova disso é que, recentemente, a Universidade Estácio de Sá, do Rio de Janeiro, lançou o curso de Graduação e Produção de Cartoon, Charge e Histórias em Quadrinhos. Um passo importante para o reconhecimento da profissionalização desse setor tão importante para a cultura.

Prêmio Açorianos anuncia os indicados

O “Prêmio Açorianos” é a mais importante premiação sul-rio-grandense. O prêmio criado, em 1977, pela prefeitura de Porto Alegre, visava homenagear os primeiros habitantes da cidade, premiando os melhores do ano. Inicialmente, eram concedidos prêmios apenas aos melhores do teatro e dança. Em 1990, foi criada a categoria Música; em 1994, a categoria Literatura; e desde 2006 há a categoria Artes Plásticas.

O prêmio Açorianos de Literatura premia em 13 categorias, entre elas, as mais disputadas são narrativa longa, poesia, conto, cronica, literatura infantil, literatura infanto-juvenil, além de autor-revelação e destaques.

Os indicados para a categoria narrativa longa são: Don Frutos, de Aldyr Garcia Schlee;Fetiche de Carina Luft; e O centésimo em Roma, de Max Mallmann.
Já para a categoria contos foram selecionados: A Página assombrada por fantasmas, de Antônio Xerxenesky; Daimon Junto à porta, de Nelson Rego; e Delicadamente Feiode Ricardo Silveira.

Para a categoria crônica, os indicados são: Bailarina sem breu, de Mariana Bertolucci;Figo Maduros, de Jorge Bledow; e Havana, de Airton Ortiz.

Em 2011 ,a premiação acontecerá no dia 12/12/2011 e será apresentado pela dupla de cantores, músicos e compositores Duca Leindecker e Humberto Gessinger, que formam o “Pouca Vogal” e que possuem uma relação íntima com a literatura, tendo ambos já publicado livros.

Lançada nova antologia de Otto Resende Lara

Otto Resende Lara é constantemente citado entre os grandes cronistas da tradição brasileira, isso porque seu humor cético e irônico confere às suas cronicas atemporalidade.

Otto, embora fosse um exímio escritor, teve poucos livros publicados em vida, muito em razão de seu pavor de se ver exposto em uma biblioteca ou livraria.

Entretanto, após a sua morte, em 1992, uma editora paulista ao reeditar seus livros de contos e seu romance “O braço direito” aproveitou para lançar uma seleção das melhorescrônicas publicadas no período em que ele escreveu para a Folha de São Paulo.

A mais recente seleção póstuma, “O Rio é Tão Longe”, reúne as cartas enviadas ao também escritor Fernando Sabino, além das crônicas dos anos 1990 já publicadas sob o título “Bom dia para Nascer”.

Segundo Sabino, as crônicas de Otto Resende Lara são de uma leveza e de um refinamento ímpar. Com o olhar aguçado pelo jornalismo e afinado pelas letras, Otto traça um perfil de seu tempo, mais do que isso, rascunha a alma do brasileiro perdido no turbilhão dos anos 1990.

Já em suas cartas, o escritor mostra ser um grande frasista, e até mesmo pessimista. Segundo Hélio Pellegrino, esse livro é o melhor de Otto, porque é ele que fala e se mostra ao público. Certamente, para os amantes da crônica, esse é um livro essencial, de leitura obrigatória.

O que é consumo sustentável?

O conceito hora chamado de “consumo sustentável” está diretamente ligado à ideia de desenvolvimento sustentável, que é a raiz da tão falada sustentabilidade

Basicamente, o que se pretende é a implantação de uma mudança dos padrões de consumo, produção e manejo ambiental. Além de promover o protagonismo da indústria e comércio.

De maneira geral, podemos definir o consumo sustentável como aquele que atende as necessidades da geração atual, mas causando nenhum ou o menor prejuízo possível para as gerações futuras. Assim, um consumo que se quer sustentável implica na escolha de produtos ecologicamente corretos e socialmente adequados.

Outro ponto que deve ser ressaltado é a necessidade de o consumo, que é o motor do crescimento, além de não prejudicar o meio ambiente, garantir que todos tenham condições de acesso aos produtos e serviços para suprir suas necessidades básicas.

O consumo sustentável é antes de tudo responsável, já que não se pode dissociar o produto final de suas condições de produção. Assim, comprar alimentos orgânicos é uma escolha de consumo responsável e sustentável, por exemplo.

Top três sobre sustentabilidade

Sustentabilidade é pensar na coletividade, compartilhar visando o bem comum, certo? 

Exato. Isso inclui compartilhar conhecimento. Aliás, conhecimento sempre em primeiro lugar. Por isso, divido com você uma lista comentada de alguns dos melhores livros sobre o assunto. Não se acanhe e compartilhe você também.

1. Do Berço ao Berço, de William McDonough e Michael Braungart, é um clássico. Deu origem a ideia de que projetos de produtos devem utilizar componentes e matérias primas que sejam completamente reutilizáveis, para que tenham um destino certo quando forem descartados. Ressaltando que o segundo produto, ou produtos, deve ser de qualidade igual ou superior ao primeiro, o que distingue a ideia da noção de reciclagem, portanto.

2. Capitalismo Natural, de Paul Hawken, Amory e Hunter Lovins. Neste livro, os autores oferecem uma alternativa à visão mecanicista do capitalismo tradicional. Fugindo da clássica divisão capitalista como terra/capital/trabalho, eles apresentam quatro outros tipos de capitais essenciais à economia sustentável: Capital Humano, Capital Financeiro, Capital Manufaturado e Capital Natural. Amplo, porém bem sintetizado.

3. Primavera Silenciosa, de Rachel Carson: clássico de primeira qualidade, o livro lançado nos anos sessenta, foi uma alarmante denúncia sobre as agressões cometidas pelo homem contra a terra, mares e rios.

Esses são livros clássicos e de leitura imprescindível, entretanto, como a sustentabilidadeé um tema relativamente novo, há muito ainda a se escrever e ler sobre o assunto. Tem alguma sugestão para acrescentar à nossa lista?

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Famosos polêmicos

Famosos parecem ser atraídos por polêmicas ou, no mínimo, atraí-las. Sempre há um rumor aqui, outro acolá, sobre quem traiu quem, quem foi que deu vexame e em que festa. Além disso, não são poucos os que têm problemas com a polícia.
Lendo as noticias dos famosos, encontrei uma foto da Lindsay Lohan algemada, e pensei em fazer uma retrospectiva para relembrar outros famosos polêmicos, que não necessariamente mostraram os mamilos. Segue abaixo, em ordem alfabética, a lista top cinco, das musas inspiradoras da LILO, como é chamada por seus fãs a Lindsay Lohan.
  • Amy Winehouse: brigas, bebedeiras homéricas, julgamentos e marido preso foram a tônica da vida da cantora inglesa, que era muito chegada em um uísque. Infelizmente, ela não superou muito bem todos esses dramas;
  • Britney Spears: a princesinha do pop fez de tudo: surtou, atacou jornalistas com guarda-chuvas e apareceu completamente careca;
  • Lady Gaga – bastou ela surgir com seu visual andrógino que pipocaram especulações alimentadas pela própria cantora que afirmou ter sim dois órgãos sexuais. Tudo indica que não passava de estratégia para conseguir maior espaço na mídia – deu certo;
  • Madonna: a rainha do pop surgiu para a música cantando que só queria homens ricos e sobre gravidez na adolescência. Ah, ela adora mostrar – não só – os mamilos;
  • Paris Hilton: a modelo, socialite, atriz, cantora e herdeira de um dos maiores impérios, tem em seu currículo várias prisões por dirigir bêbada e por porte ilegal de drogas.
E como representante tupiniquim elegemos Sandy. Afinal, ela tem causado maispolêmica do que a saudosa Dercy Gonçalves.
O engraçado é só ter mulheres nessa lista de famosos polêmicos. Na próxima, farei um post sobre os homens famosos que causaram ou causam polêmica.

O que é e quem é Pop?

“Uma das maiores estrelas pop da atualidade chega ao Brasil”. Esse poderia ser o anúncio de uma visita da Madonna, da Beyoncé, da Britney Spears, Quentin Tarantino, Woody Allen ou mesmo da falecida Amy Winehouse. As noticias dos famosos são quase sempre parecidas, não? Mas o que faz com que famosos com personalidades tão distintas sejam tratados por um mesmo rótulo: artista POP, aliás, o que é ser pop?

Pop, segundo meus muitos estudos – Google –, é um “tipo de cultura” que nasce da indústria cultural. Indústria cultural, por sua vez, é o setor da sociedade responsável por produzir os “bens culturais” que consumimos, ou seja, músicas, filmes, moda e etc.
Um ponto importante da cultura pop são suas diversificadas formas de expressão.

Além disso, o pop nasce dessa cultura de massa – que pretende vender o mesmo para todo -, mas não se submete pacificamente a ela. Tudo o que tem a ver com cultura pop tem um que de subversão.

Quer exemplo melhor do que a Lady Gaga que concentra todas as “características” de uma cantora pop de modo caricato? Aliás, Gaga aprendeu com o melhor David Bowie que sempre soube ser, e se fazer, notícia.

Engrossando a lista dos grandes nomes pop incluímos Michael Jackson, os Beatles, Elvis Presley, Heidi Klum, Gisele Bündchen, Marylin Monroe, Banksy e o pai da arte pop contemporânea: Andy Warhol.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

“Pela liberdade de tirar sarro”

Recentemente, um semanário francês de sátiras teve seu escritório incendiado após ter veiculado uma charge do profeta Maomé. O semanário Charlie Hebdo, que é independente, foi fundado em 1970 e mistura jornalismo investigativo com reportagens, caricaturas echarges politicamente questionadoras. São alvos preferenciais de suas “ridicularizações” as seitas, a extrema direita francesa, o catolicismo, o islamismo e o primeiro ministro francês Nicolas Sarkozy.

A charge que causou alvoroço trazia um Maomé às gargalhadas e a frase: "Cem chicotadas se não morrerem a rir”. A ideia era criticar a adoção da lei Sharia – charia, chariá, xaria ou xaria – na Líbia. De maneira simplificada, o que se questionava nas charges e na edição em questão era o fato da não separação do estado e da religião. Ou seja, a não-laicidade do estado.
A repercussão negativa e o suposto atentado às dependências do Charlie Hebdo, não intimidaram os jornalistas. E o jornal veio a público defender a “liberdade de tirar sarro”. Para isso, foi convidado como “editor especial” ninguém menos que Maomé. A edição traz também uma charge na qual dois homens, um caracterizado como mulçumano e outro como um desenhista da Charlie Hebdo. Ainda se pode ler a frase: “O amor é mais forte que a raiva”.

Os jornalistas responsáveis pelo semanário afirmam em nota especial que há motivos para se imaginar que tenha ocorrido um ataque, mas por outro lado poderiam ser apenas estragos causados por vândalos ou/e bêbados. O chefe da mesquita de Paris repudiou as ações e reiterou o direito à liberdade de imprensa, sobretudo, ao de expressão.

Vale lembrar que charges de teor político e religioso sempre causam “rebuliço”, mas é essa uma das principais funções das charges, não? Fazer com que reflitamos sobre o rumo que as coisas tomam na nossa sociedade mesmo que isso incomode um pouco.

A charge da semana

Benett Alberto de Macedo ou simplesmente Benett é um dos meus desenhistas preferidos, seu traço é certeiro e suas sacadas hilárias. E, além disso, descobri que o cara também escreve bem!

Enquanto dava uma conferida rotineira em suas charges, eis que me deparo com um texto sobre o lixo que uma “determinada turma” andava espalhando e emporcalhando o Parque Barigui.

O texto poderia ser mais um daqueles a engrossar o coro de “como esse povo é mal educado” e ficar falando apenas da falta de modos da população de modo geral. Entretanto, o que Benett faz é ampliar o questionamento: como cobrar “educação” em um estado que tem SÓ uma escola na lista das 90 melhores do país? E que, além disso, é o pior da região sul quando o assunto é educação.

O que se vê no Parque Barigui em Curitiba é o que se vê em todo o estado, a educação foi para a lixeira. Difícil ser educado quando não se foi educado, não? A corrupção é a maior falta de educação. Pelo menos eu aprendi que não se pode pegar algo de alguém e que é “feio” enganar aos outros.

Ainda bem que nem tudo está perdido e que temos pessoas que insistem em pensar e, de certo modo, nos incitam a pensar também. Por falar em pensar, o Cachorro, personagem de Benett, é um grande pensador. Dê uma conferida.

Crônica humorística: pra descontrair um pouco

O humor faz parte do ser humano: rimos e fazemos rir. Rimos até da desgraça alheia e principalmente das nossas tragédias. Há quem diga que o riso SÓ pode nascer da tragédia, irônico não?

E a ironia que provoca riso foi objeto de estudo de nomes como Sigmund Freud, Mikhail Bakhtin e Vladimir Propp. Para eles, a ironia é o melhor recurso de comicidade empregado pelo humor. Isso porque a ironia almeja o significado oposto do que é colocado. Já rir sobre nossos problemas, ou problemas dos nossos vizinhos que poderiam ser nossos, nos faz refletir sobre possíveis soluções.

É que, de certa forma, depois de passar pelo crivo do humor conseguimos processar melhor nossos problemas, filtramos e vemos o que realmente importa e onde estamos exagerando. Deve ser por isso que as crônicas de humor fazem tanto sucesso.

Como sabemos, as crônicas falam do cotidiano, daquelas coisas que se passam o tempo com todo mundo. Segundo o Google, Chaplin disse “ A vida é comédia para quem vê e uma tragédia para quem vive”. É bem por aí. Então, que seja bem vinda e lida a comédiada vida privada e, de preferência, vida alheia.

Um cronista afiado

Crônicas e agudas… Este é o título do blog de Vinicius André Dias, título mais que apropriado para o cronista que discorre de maneira crítica alguns temas do cotidiano que, se não fosse sua indicação, passariam em brancas nuvens.

Exemplo claro foi uma de suas últimas cronicas, na qual ele questiona o porquê de não nos importarmos em conferir ou verificar onde está indo parar nossos impostos. É sempre mais fácil reclamar depois, não é? Sim, é isso que ele nos faz enxergar. Não fiscalizamos, não cobramos, já que é mais simples culpar os outros pela nossa omissão.

Em outra crônica, ele pondera sobre o comércio que insistimos em travestir de datas comemorativas. Como o dia das crianças, por exemplo. Nesse último texto, Dias também cita um livro que marcou sua infância, “Vingança do Timão”. Mas não se deixe enganar pelo título, não se trata de um livro sobre o Corinthians e é recomendado para todas as idades e torcedores de todos os times.

O livro mencionado pelo cronista blogueiro, fez com que eu lembrasse de um livro que li durante a minha adolescência: Pobre corintiano careca. Esse sim fala do Corinthians, mas seu foco é outro: as transformações e dilemas que todo adolescente experimenta, com uma pitada de crítica social.

Afinal, como uma dose de conscientização nunca é demais, recomendo: o livro e o blog do Dias.

Serviços ambientais: o que é?

Em um país com uma economia eminentemente agrícola e agropecuária, como é o caso do Brasil, o pagamento ou compensação por serviços ambientais têm sido uma estratégia interessante e válida para promover a sustentabilidade.

Por serviços ambientais se entende o trabalho da natureza para a manutenção da vida e de seus processos. A regulamentação dos gases, a conservação da biodiversidade e a regulação das funções híbridas, por exemplo. Em outras palavras, são as condições mínimas que a natureza oferece para o desenvolvimento humano.

O problema consiste na não preservação dessas condições básicas. Por isso, governos, empresas privadas e organismos internacionais estão estudando maneiras de fomentar o cuidado com os recursos naturais, aliado ao crescimento econômico.
O PSA, que é o pagamento por serviços ambientais, surgiu dessas buscas por alternativas de desenvolvimento. O objetivo do PSA é corrigir a omissão secular quanto à preservação e viabilizar a conservação das florestas. Funciona da seguinte forma: paga-se determinada quantia a quem mantém, cuida e preserva as florestas.

Assim, o proprietário rural que preservar o ecossistema original de sua propriedade receberá uma bonificação. E quem paga essa bonificação? Essa é uma questão que afeta toda a sociedade, por isso, em tese, a conta é dividida por todos.

Entretanto, alguns incentivos podem ser indiretos, como empresas que pagam mais por produtos que venham de espaços preservados. Por exemplo, um acréscimo no valor do leite daquela propriedade que preserva as nascentes.

Pensar em sustentabilidade, agir sustentavelmente não é tarefa fácil, pois implica abrir mão de recursos financeiros imediatos em função de um bem maior, que não necessariamente gere mais lucros. Sustentabilidade, no momento, é o maior desafio para a manutenção da sociedade capitalista.

Os sete pilares da sustentabilidade

Ser sustentável implica uma maneira de viver de acordo com os pressupostos da sustentabilidade, que tem como base a preservação do meio ambiente.
A Organização das Nações Unidas, ONU, propõe quatro pilares que articulados mantêm sustentabilidade. São eles: sustentabilidade econômica, social, ambiental e cultural. A eles são acrescentadas pela ambientalista brasileira Marina Silva, a sustentabilidade ética, política e a estética. Vejamos o que cada conceito significa e o que implicam essas definições.
  • Sustentabilidade econômica: a economia não pode ficar alheia ao meio ambiente, já que é dele que ela extrai matéria prima e energia, das quais depende de maneira crucial. É imperativo, portanto, transformar os recursos naturais, bens e serviços produzidos em melhorias na qualidade de vida, que é medida pela qualidade da saúde e educação, por exemplo.
  • Sustentabilidade social: implica em equilibrar a distribuição dos discursos para que todos tenham condições dignas de viva. É dizer, consiste em uma equiparação na distribuição das posses, garantindo os direitos e as condições das amplas massas da população, diminuindo a distância entre os padrões de vida dos mais ricos e mais pobres.
  • Sustentabilidade cultural: prevê a preservação da diversidade, em sua acepção ampla. Ou seja, é o respeito à continuidade das tradições culturais e até mesmo a pluralidade das soluções particulares.
  • Sustentabilidade ambiental: utilizar os recursos de forma a evitar que se esgotem, garantindo uma vida digna para as futuras gerações. Implica a intensificação das pesquisas de tecnologias limpas e definição de regras para uma adequada proteção ambiental.
  • Sustentabilidade ética: criação de laços sociais ou aliança 
    inter-geracional, preservando os recursos naturais, econômicos, culturais para proteger a espécie.
  • Sustentabilidade política: tem como objetivo criar um espaço de convergência, onde os problemas e soluções sejam estudados em conjunto. Para que, dessa forma, sejam discutidas questões fundamentais desde o âmbito local ao global.
  • Sustentabilidade estética: relaciona-se com o planejamento arquitetônico que promove e visa a cidadania, causando menor agressão aos recursos ambientais, promovendo a inclusão, sobretudo das classes menos favorecidas. As casas projetadas para utilizar a energia solar ou capitação da água da chuva são alguns exemplos. Além disso, a sustentabilidade estética envolve a preservação de bens simbólicos, como o Pão de Açúcar ou as Cataratas do Iguaçu.
Como adiantamos, esses pilares devem (e são) articulados. É imperativo para asustentabilidade o engajamento de toda a comunidade, em todas as esferas, pois ações isoladas fornecem resultados localizados e que fatalmente não se mantêm.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Conteúdo e relevância: notícias dos famosos

É imensa a quantidade de notícias sobre os famosos sendo jogada na web todo dia. Então, como filtrar o que é, de fato, relevante?

A internet revolucionou a comunicação humana, diminuindo as distâncias. Logo, temos a impressão que tudo acontece mais rápido. Imagine um fã dos Beatles, o quanto ele teria que esperar para ver confirmada uma notícia sobre um novo disco? Hoje, fãs ao redor do mundo têm a chance de ver e compartilhar impressões quase que imediatamente e em tempo real.

É claro que essa facilidade de “espalhar” notícias acaba criando e alimentando boatos. Por isso, eu sempre que ouço ou, no caso, leio algum rumor, procuro checar as fontes, ver se é de um site confiável, se é de algum jornal, e, quase sempre, vou diretamente ao site do artista, pois nas ‘páginas oficiais’, a certeza de veracidade dos fatos é maior.

Outro problema dessa facilidade de notícias é filtrar só o conteúdo que me interessa. Por exemplo, quero ler sobre o novo filme do Woody Allen, mas não quero saber o que ele comeu no jantar. Quero saber em que time cada jogador está jogando, mas não me interesso por sua casa, ou quantas tatuagens ele tem. Consegue entender a diferença e relevância dos conteúdos?

Por outro lado, essas coisas que não me interessam podem interessar a outros fãs, e essa é a graça do “mundo virtual”. Se procurar bem se encontra de tudo, e se não encontrar, é só criar e compartilhar.

Os shows e a explosão de notícias sobre os artistas

Sempre que algum cantor internacional anuncia um show no Brasil, há um aumento considerável no número de páginas, matérias e notícias relacionadas a ele.

Todo esse falatório gera mais buchicho e mais boatos. Afinal, há fãs enlouquecidos por uma informação e qualquer notícia é maximizada e distorcida a cada “retuitada”, ou “reblogada”.

Sejamos sinceros, quem nunca procurou por noticias dos famosos? Em 2010, quando anunciaram o show do Rage Against The Machine no Festival ecológico em Itu, o SWU, começaram as especulações, muito em razão da postura da banda que flerta com o comunismo e tem um caráter agressivo em suas canções.

Outra banda que causou rebuliço quando anunciou shows no Brasil foi o Pearl Jam. Comemorando 20 anos de carreira, a banda fará várias apresentações, inclusive em Curitiba. O grupo conhecido por suas atitudes políticas e sociais está lançando um documentário sobre a trajetória, promessa de mais especulações.

Também já passaram pelo Brasil, trazendo agitação, a excêntrica Amy Winehouse e, há alguns anos, Kurt Cobain. Quanto mais “peculiar” a personalidade do artista maior será a repercussão. A dinâmica é a seguinte: ansiedade seguida de especulação, confirmação ou refutação das informações anteriores, show, especulações sobre o que aconteceu e mais especulações e assim sucessivamente.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Charge, quadrinhos e caricaturas: quais as diferenças

As charges, os quadrinhos e as caricaturas têm em comum o humor crítico. O que os diferencia é o modo como são tratados os temas.

Embora não haja uma fronteira definitiva entre os gêneros, tentaremos delimitar alguns pontos. A principal característica que une as charges, os quadrinhos e as caricaturas é o humor, que é uma maneira humana de representar e expressar situações, comumente usando distorções e exageros para demonstrar um ponto de vista.

As distorções e exageros são as principais características da caricatura. Caricaturar é deformar pontos específicos de uma situação, coisa, fato ou pessoa, mas conservando o essencial para não apagar as referências e facilitar a identificação. Geralmente em jornais, ela é usada como ilustração de uma matéria, sendo auxiliar, portanto.

Quando o fato pode ser resumido de maneira clara e inteiramente representado em uma forma gráfica temos a charge. A charge nasceu da caricatura. Um francês implicava com o governo, mas ao invés de colocar nomes ou citar fatos, ele ia ao ataque (charge em francês significa ataque) com desenhos que sintetizavam sua opinião. Ainda hoje a charge guarda agressividade, sobretudo com as situações políticas e religiosas.

Os quadrinhos talvez sejam os mais facilmente identificados, pois têm personagens e elencos fixos em uma narrativa sequencial. O tamanho do quadrinho é relativo, pode ser uma tira de três quadrinhos, uma página ou então uma revista. Nos jornais são comuns as tiras diárias mais curtas, mais parecidas com as charges.

Charges que fizeram história

Graças à sua intertextualidade e humor inerentes, as charges sempre tiveram uma presença questionadora em relação à política.

Durante os tempos ditatoriais, elas se apresentam como arma especial na luta contra a censura e as práticas autoritárias, pois o humor é, quase sempre, transgressor. Fazer piada sobre esses problemas é sempre uma maneira eficaz de se fazer pensar.

Um exemplo de chargista que usou o humor como arma foi Henfil, seus personagens Bode Orelana, Zeferino e Graúna ridicularizavam o desenvolvimento do sul maravilha e expunham a polarização do Brasil. Angeli é outro que “cutucou” os políticos, em uma charge intitulada “Lula, o metalúrgico”, na qual o artista ironiza a campanha então apelidada de “paz e amor” do ex-presidente da república.

O último presidente militar João Figueiredo se viu retratado em charge de Chico Caruso, que pintou o quadro da situação política do momento: um país assombrado pelas ligações do terrorismo de direito com o atentado à bomba no RIO Centro, em 1984.

Podemos ainda citar o recente caso da Primavera Árabe que teve como figura especial um artista brasileiro, o chargista Carlos Latuff que teve seus trabalhos reproduzidos em larga escala e empunhados como bandeiras, principalmente na Líbia e Egito.

E quem pensa que a charge é um fenômeno contemporâneo se engana. São inúmeros os desenhos encontrados ironizando reis, religiosos e mesmo um que data da revolução francesa em que Robespierre aparece se auto decapitando. Prova irrefutável de que as charges e as contestações políticas sempre andaram juntas.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Crônicas … e agudas

Caro leitor, se você já passou por este blog, deve ter percebido que gosto de ler e, principalmente, gosto de indicar leituras. Por isso, estou escrevendo esse post, para falar sobre o que li e que recomendo para que você leia também.

Sou do tipo de pessoa que lê de tudo, mas tenho preferência por gêneros mais curtos, que são em geral mais densos. Por exemplo, o poema, o conto e a crônica. Entre esses gêneros mais curtos, gosto muito de haicais que é onde o artista tem que expressar o máximo com o mínimo de palavras. Os grandes nomes brasileiros do haicai são os paranaenses Paulo Leminski e Helena Kolody, que foi a primeira mulher no Brasil a escrever haicais. Se quiser saber um pouco mais, é só dar uma “googleada”.

Contos e crônicas também me agradam muito. Contos têm aquilo de você não precisar ler mais de uma vez a mesma frase, não consigo manter minha atenção por muito tempo. O mesmo acontece com as crônicas. Gosto muito das crônicas do Rubem Braga, do Luis Fernando Veríssimo e, ultimamente, tenho acompanhado as crônicas publicadas na Gazeta do Povo, tenho gostado bastante.

O blog “Dias da Vida” também é interessante, crítica com inteligência sem ser “intelectualóide” demais, que, aliás, é um defeito que cronista não deve ter, já que as crônicas devem se aproximar do cotidiano, daquelas conversas de esquina. E, por isso, recomendo o blog e suas crônicas agudas.