domingo, 1 de abril de 2012

Desafio Literário 2012

Ler é um desafio, um dos melhores e mais gratificantes, pois sempre se ganha. E é justamente essa a ideia, do Desafio Literário 2012, que é um convite à leitura. Ficou interessado? Então confira as regras, os temas e como participar.
O que é? 
O Desafio Literário é uma gincana que incita os participantes a ler, no mínimo, 12 livros em um ano. O barato é que a cada mês são definidos diferentes temas, mas é o leitor que decidirá qual livro ou gênero ler. Por exemplo, o tema é “nomes próprios”, então você decide se irá ler um livro de cronicas ou então uma novela, como Mirinha, de Dalton Trevisan.
Como participar?
Para participar, basta se inscrever no site do desafio, preenchendo um formulário, onde se indica qual a “cota” de livros pretendida. Depois, é só organizar a lista com seus livros preferidos e aproveitar a leitura. Ainda dá para participar, se inscreva.
Quais os temas para esse ano? 
Janeiro: literatura gastronômica. 
Fevereiro: nome próprio
Março: Serial killer
Abril: Escritor oriental
Maio: Fatos históricos
Junho: viagem no tempo
Julho: Prêmio Jabuti
Agosto: terror
Setembro: mitologia universal
Outubro: Grafic Novel
Novembro: Escritor africano
Dezembro: Poesia
A propósito, ao final do desafio são premiados os leitores que mais lerem. Os prêmios? Livros, com certeza.

Ferreira Gullar: escritor premiado

Ferreira Gullar, que nasceu José Ribamar, é talvez o escritor mais premiado ainda em atividade. Perto de completar seus 82 anos, o autor do aclamado “Poema Sujo” recebeu, em 2011, o Prêmio Jabuti e recentemente o Prêmio Moacyr Scliar de Literatura.
Esse reconhecimento é, para ele, um incentivo para continuar.
Dinâmica e múltipla como a personalidade, sua obra é marcada por sua posição ideológica e, por isso, tem forte apelo social. Gullar publicou crônicas, roteiros para o cinema, contos, ensaios e, principalmente, poemas. Aliás, ele é um dos únicos e, segundo Vinicius de Morais, o último grande poeta brasileiro.
Isso porque Gullar é um daqueles espíritos raros, gênios incríveis que aparecem de tanto em tanto no universo da Literatura e das artes. Exímio trabalhador das palavras, trabalhou como jornalista nas mais diversas áreas e se aventurou também nas artes plásticas, pintando, com predileção pelas gravuras.
Uma das coisas que mais atraem nos textos de Gullar é a musicalidade de suas palavras. A cadência natural que parece fluir delas. E não é por acaso, Gullar tem um interesse especial pela música, tanto que ele tem algumas canções criadas em parceria com o compositor e cantor Fagner.
Talvez as mais famosas sejam “Borbulhas de Amor” e “Traduzir-se”, que nasceu originalmente como poema e foi musicada por Fagner e mereceu interpretações de Chico Buarque e Adriana Calcanhoto. Há no youtube diferentes versões, confira.

Quando a charge e o texto se complementam

Charges são compostas por imagens e textos complementares, agregando ou intensificando um o sentido do outro. Geralmente, elas são usadas para marcar e indicar posições ideológicas, políticas e religiosas, por exemplo.
No entanto, algumas vezes, nos deparamos com charges “homenagens” e aí fica essa relação de “complementação” entre um e outro fica ainda mais evidente e, porque não dizer, mais bonito?
Foi o que fez Bennet, em razão da morte de seu amigo, Victor Folquening. A charge publicada mostra essa sensação que nos invade ao perder alguém. Os pequenos textos que acompanham a charge “desenham” as preferências de Victor, assim como seus trejeitos e personalidade.
A impressão que fica é que nós também somos amigos de Victor.
A maneira como Benett descreve – e que fique registrado que ele é tão bom escrevendo quanto desenhando – seu amigo é carregada de saudades, de nostalgia e enche o peito de uma sensação melancólica, mas que não é pesada. É leve, como Victor era.
Bennet é um dos meus chargistas preferidos, já disse isso, mas preciso repetir e externar o quanto é genial a maneira como ele utiliza os recursos que dispõe.

Clássicos dos quadrinhos argentinos chegaram ao Brasil

Após cinquenta e cinco anos de seu lançamento, finalmente O Eternauta, um clássico das histórias em quadrinho, chega ao Brasil.
A edição tupiniquim, sob a responsabilidade da Editora Martins Fontes, traz em seu prefácio um pouco da história, da cara da revista e da tragédia que marcou a família de seu roteirista Héctor Germán Oesterheld, que é um dos desaparecidos da ditadura Militar argentina.
O Eternauta é uma ficção científica que relata uma conversa entre um roteirista e um viajante do espaço. O Eternauta, que se chama Juan Salvo, relembra e encarna um passado no qual uma neve radioativa causa mortes em massa em Buenos Aires.
O herói dessa HQ é um homem misterioso, que cobre seu rosto com uma máscara de oxigênio. Ele é um herói anônimo e, portanto, coletivo. Os personagens e os enredos dos quadrinhos retratam um momento histórico da América, pois, de certa forma, Juan Salvo, representa aqueles que, mesmo tentando proteger sua identidade, lutavam contra essa “nevasca” que atingiu não só a Argentina, mas também infectou outros países latino-americanos.